Press release
Parceria global busca acelerar a eletrificação de máquinas de construção
Belém, Brasil — 14 de novembro de 2025 | COP30 — A Climate and Clean Air Coalition (CCAC), o International Council on Clean Transportation (ICCT) e a C40 Cities anunciaram hoje uma parceria estratégica para acelerar a transição global para maquinários móveis não rodoviárias de zero emissão, começando pelo setor de equipamentos de construção. A colaboração ampliará esforços em nível municipal, nacional e regional para substituir máquinas a diesel por alternativas elétricas, reduzindo poluentes climáticos, melhorando a qualidade do ar urbano e promovendo uma transição justa para trabalhadores do segmento e para a indústria.
O setor não rodoviário — composto majoritariamente por máquinas de construção e agrícolas — emite mais de 1 bilhão de toneladas de CO₂, 3 milhões de toneladas de metano (CH₄) e 250 mil toneladas de carbono negro por ano, ultrapassando a pegada climática de todo o setor marítimo global. Apenas as máquinas de construção respondem por cerca de 40% dessas emissões, tornando o segmento uma das oportunidades mais relevantes e imediatas para ação.
O Ministro do Clima e Meio Ambiente da Noruega, Andreas Bjelland Eriksen, lançou a parceria durante um evento no Pavilhão Super Pollutant Solutions, na COP30. “Esta colaboração será fundamental para trazer as emissões do setor não rodoviário para o centro da agenda climática. A eletrificação das máquinas de construção é um bom ponto de partida, área em que a Noruega e a cidade de Oslo têm experiência relevante. Para avançar, é essencial derrubar as barreiras que dificultam a adoção dessas tecnologias.”
“Maquinários não rodoviários são a próxima fronteira para enfrentarmos as mudanças climáticas e a poluição do ar”, afirmou Martina Otto, Head of Secretariat da Climate and Clean Air Coalition (CCAC). “Eletrificar equipamentos de construção é uma forma rápida e muito visível de reduzir o carbono negro — um potente poluente climático de curta duração — ao mesmo tempo em que proporciona um ambiente mais silencioso e saudável para trabalhadores e cidadãos. Esta parceria reúne liderança política, expertise técnica e conhecimento prático para avançarmos nessa direção.”
Os benefícios vão além do clima. Nos principais mercados, os equipamentos não rodoviários são responsáveis por 50% a 70% do material particulado (MP) e cerca de 30% dos óxidos de nitrogênio (NOx) provenientes de fontes móveis — dois dos principais responsáveis pela má qualidade do ar e pela formação de ozônio. Substituir motores a diesel por motores elétricos ajuda as cidades a se aproximarem das diretrizes de qualidade do ar da Organização Mundial da Saúde (OMS) e gera benefícios imediatos para a saúde da população urbana.
Felizmente, cada vez mais governos estão estabelecendo metas e políticas de transição para emissões zero no setor não rodoviário, impulsionados pelo rápido avanço tecnológico e por um mercado em expansão. A maquinaria elétrica já evoluiu em diversos tipos de equipamentos — incluindo minicarregadeiras e escavadeiras compactas — com oferta crescente de modelos e desempenho cada vez mais comparável ao do diesel nos principais ciclos de operação. Fabricantes têm investido em linhas eletrificadas, sinalizando uma clara evolução: de projetos-piloto pontuais para uma fase de maior maturidade de mercado.
“Estamos vendo um progresso tecnológico notável no setor não rodoviário”, afirmou Drew Kodjak, presidente e CEO do ICCT. “Hoje, dezenas de modelos elétricos já estão disponíveis em várias categorias de máquinas de construção, e os governos estão começando a alinhar políticas industriais, de qualidade do ar e climáticas para acelerar sua adoção. Esta parceria vai conectar tecnologia, políticas públicas e implementação, ajudando países e cidades a desenvolver e aplicar padrões e programas de incentivo, e tornarem as máquinas de construção de zero emissão a nova norma.”
As cidades estão no centro desse esforço. Elas sofrem diretamente com o ruído e a poluição dos canteiros de obras — e a maior parte da atividade de construção ocorre dentro de seus limites. Muitas já demonstram que a eletrificação é viável por meio de projetos-piloto e programa de incentivo. “As cidades estão na linha de frente tanto do problema quanto da solução”, afirmou Mark Watts, diretor executivo do C40 Cities. “Ao eletrificar equipamentos de construção, protegemos a saúde da população, reduzimos o ruído e poluentes climáticos. Trabalhando com a CCAC e o ICCT, vamos ajudar as cidades a avançar dos pilotos para a implementação em larga escala, criando políticas que alinhem oferta e demanda para equipamentos de construção zero emissão e promovam uma transição justa e resiliente para todos.”
Esta parceria marca um ponto de virada para um setor frequentemente negligenciado. Juntos, CCAC, ICCT e C40 vão elevar o tema dos maquinários não rodoviários na agenda climática global, trazendo a atenção e os investimentos necessários para uma transformação em grande escala.
Media contacts:
Rebeca Bergue, ICCT Communications Specialist (Brasil)
communications@theicct.org
Sobre Climate and Clean Air Coalition (CCAC)
é uma parceria voluntária de mais de 200 governos, organizações intergovernamentais, empresas, instituições científicas e organizações da sociedade civil comprometidas com a proteção do clima e a melhoria da qualidade do ar por meio de ações para reduzir os superpoluentes de curta duração na atmosfera: metano, carbono negro, ozônio troposférico e HFCs, através de uma abordagem prática e baseada em medidas.
Sobre International Council on Clean Transportation (ICCT)
O ICCT (International Council on Clean Transportation) é uma organização independente, sem fins lucrativos, fundada para fornecer pesquisas e análises técnicas e científicas imparciais de alta qualidade. Nossa missão é melhorar o desempenho ambiental e a eficiência energética dos transportes rodoviário, marítimo e aéreo, contribuindo para a saúde pública e a mitigação das mudanças climáticas.
Sobre C40
A C40 é uma rede formada por quase 100 prefeitos das principais cidades do mundo, que colaboram para promover as ações urgentes necessárias para enfrentar a crise climática e construir um futuro em que todas as pessoas, em qualquer lugar, possam prosperar.

