Novo relatório encontra lacuna de 52% na intensidade de carbono de companhias aéreas que operam entre Estados Unidos e América do Sul

Azul, Frontier e Volaris operaram os voos diretos com maior eficiência de combustível entre Estados Unidos e América Latina em 2018

Um novo estudo do ICCT comparou a eficiência de combustível das principais companhias aéreas que operam entre os Estados Unidos e a América Latina. A companhia brasileira Azul, com 44 passageiros-quilômetro por litro de combustível (pax-km/L), teve a maior eficiência de combustível em voos diretos entre Estados Unidos e América do Sul (AmSul) em 2018. A transportadora com menor eficiência de combustível, TAME, consumiu 52% mais combustível por passageiro-quilômetro que a Azul, que operou os voos mais cheios, em termos de taxa de ocupação de passageiros e carga, no mercado AmSul.

A Frontier, dos Estados Unidos, e a Volaris, do México, empataram na posição de companhias aéreas com maior eficiência de combustível em voos diretos em 2018 entre Estados Unidos e México, América Central e Caribe (MACC). Ambas tiveram média de eficiência de combustível de 37 pax-km/L, ou 16% melhor que a média da indústria. A Volaris melhorou sua média de eficiência de combustível significativamente, em 9%, entre 2017 e 2018, principalmente por modernizar sua frota com aeronaves novas do modelo Airbus A320neo, que tem alta eficiência de combustível.

A parcela de carga de porão da massa total transportada foi o determinante mais influente da eficiência de combustível das companhias aéreas no mercado Estados Unidos–América Latina, explicando quase metade de variância quantificável entre as que tiveram melhor e pior desempenho. Outros fatores operacionais significativos são consumo de combustível pela aeronave, que respondeu por 19% da variação, densidade de assentos (17%) e taxa de ocupação, ou o total utilizado da capacidade de transporte de passageiros (15%).

“Este estudo mostra que estratégias operacionais como transportar mais carga de porão podem realmente impulsionar a eficiência de combustível de uma companhia aérea”, afirmou Sola Zheng, autora principal do relatório. “Melhorar a eficiência de combustível da frota em 2% anualmente é crucial para atingir os objetivos climáticos da ONU.”

“Os consumidores ainda não sabem que a escolha da companhia aérea faz uma grande diferença em termos de emissões de carbono”, disse Dan Rutherford, diretor do programa de aviação do ICCT e coautor do estudo. “As companhias aéreas deveriam divulgar mais dados sobre emissões para ajudar os viajantes a reduzir seus rastros ambientais.”

O trabalho baseia-se em rankings anteriores de eficiência de combustível feitos pelo ICCT considerando operações domésticas, transpacíficas e transatlânticas na análise do crescente mercado Estados Unidos–América Latina. Com 42% dos voos, esse é o maior mercado internacional para os Estados Unidos. A expectativa é de que a receita total de passageiros‐quilômetro transportados em voos entre América do Norte e América Latina dobre entre 2015 e 2035.

A aviação representa atualmente 2,4% das emissões globais de CO2, mas em um cenário business-as-usual sua participação pode aumentar para 25% do orçamento global de carbono de 1,5°C em 2050. Embora a Organização Internacional da Aviação Civil (OACI) esteja formalmente comprometida em buscar um crescimento neutro em carbono a partir de 2020, alcançar isso em meio à rápida expansão do transporte aéreo de passageiros e das operações de frete aéreo exige ações adicionais no setor.

Detalhes da publicação:

Ranking Estados Unidos–América Latina de eficiência de combustível das companhias aéreas, 2017–2018

Autores: Xinyi Sola Zheng e Dan Rutherford

Download: www.theicct.org/publications/us-latin-america-airline-fuel-efficiency-ranking-2017-18

Contato: Sola Zheng, +1 415.818.0206 ramal 1145, s.zheng@theicct.orgdan@theicct.org