Press release
O começo de uma nova era no transporte coletivo urbano em São Paulo
São Paulo, 13 de setembro de 2023 – Com a chegada de cinquenta novos ônibus elétricos na capital paulista, os primeiros desde o projeto piloto com 18 veículos iniciado em 2019, a cidade comemora um passo efetivo em direção à descarbonização do transporte coletivo municipal. A Prefeitura de São Paulo estima que 2.600 veículos de emissão zero estejam em circulação até o final do próximo ano, número que deve seguir em crescimento para atender as reduções de emissões previstas na Lei do Clima Municipal (LEI Nº 16.802/2018): eletrificar 50% da frota urbana até 2028 e 100% em 2038. O transporte coletivo de São Paulo constitui a maior frota do país, com mais de 13 mil veículos movidos a diesel, e é responsável por lançar na atmosfera aproximadamente 1 milhão de toneladas de dióxido de carbono (CO2) por ano.
O fomento a um setor de transporte coletivo limpo em São Paulo é uma atividade facilitada pela parceria ZEBRA, iniciativa desenvolvida em colaboração entre o Conselho Internacional de Transporte Limpo – ICCT e a organização C40 Cities. Criada com o objetivo de acelerar a implementação de ônibus de emissão zero nas principais cidades da América Latina, a parceria atua ainda na construção de planos de descarbonização de frotas no Chile, na Colômbia e no México, desenhando estratégias e modelos em conjunto com órgãos governamentais, fabricantes e parceiros da indústria para viabilizar e ampliar a disponibilidade de um transporte limpo na região. Segundo Carmen Araújo, Líder Regional do ICCT no Brasil, “esse lançamento é o resultado de um esforço coordenado de diversos atores, que trabalharam para superar as barreiras técnicas, econômicas e financeiras, mostrando a viabilidade da descarbonização da frota de ônibus da cidade.”
Em 2019, a parceria ZEBRA promoveu a primeira mesa redonda entre a Prefeitura de São Paulo, SPTrans, operadores de ônibus e fabricantes de ônibus elétricos para discutir alternativas mais limpas para o transporte na capital paulista. Apesar da lei não priorizar nenhuma tecnologia em específico, veículos elétricos têm se mostrado a alternativa mais viável, especialmente ao se considerar o seu potencial de redução de emissões e de poluição sonora, uma vez que sua motorização apresenta uma diminuição significativa tanto em níveis de ruídos quanto de trepidações na carroceria em comparação aos ônibus que circulam atualmente. “Embora os ônibus elétricos tenham um custo inicial mais elevado que os à Diesel, sua operação é consideravelmente mais barata devido ao custo da eletricidade e eficiência dos motores elétricos, o que aumenta sua viabilidade a longo do tempo de projeto”, afirma Oscar Delgado, Líder Regional do ICCT na América Latina.
Além de contribuir negativamente para o agravamento das mudanças climáticas, ônibus movidos a diesel também são responsáveis pela emissão de poluentes locais, como óxidos de nitrogênio (NOx) e materiais particulados, que impactam diretamente a saúde e podem levar a quadros respiratórios e cardiovasculares graves. Sendo assim, a transição para um modelo baseado em tecnologias de emissão zero é essencial não apenas para o meio ambiente, mas também para a melhoraria da qualidade de vida de toda a população, em especial de usuários do transporte público.
Para garantir o cumprimento dos compromissos e prazos estabelecidos, a entrada de novos ônibus a diesel na frota de São Paulo foi vetada pela SPTrans no ano passado. Considerando que o período máximo de circulação dos veículos é de 10 anos, podemos afirmar que em pouco menos de uma década, esse modelo de transporte poluente será apenas uma lembrança do passado. Essa conquista representa o começo de uma nova era no transporte coletivo urbano em São Paulo, na qual a saúde da população e a preservação do meio ambiente fazem parte da equação de maneira definitiva. Os resultados da eletrificação da maior frota urbana brasileira podem inclusive incentivar a criação de um modelo a ser seguido por outros municípios e estados, com a implementação de políticas públicas em escala voltadas para o transporte limpo em todo o país.
Sobre o ICCT
O Conselho Internacional de Transporte Limpo (ICCT) é uma organização de pesquisa independente que conduz estudos imparciais e análises técnico-científicas para reguladores ambientais. Nossa missão é melhorar o desempenho ambiental e a eficiência energética do setor de transportes rodoviário, marítimo e aéreo, a fim de beneficiar a saúde pública e mitigar as mudanças climáticas. Fundada em 2001, somos uma organização sem fins lucrativos que trabalha com doações e contratos com fundações privadas e instituições públicas.
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Daniel Aleixo
Especialista de Comunicação
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