Working Paper
Descarbonização da frota de coleta de resíduos sólidos em São Paulo
A Lei Nº 16.802 de 2018, aprovada pela Câmara Municipal de São Paulo, exige uma redução das emissões de alguns poluentes provenientes dos caminhões dedicados à coleta de resíduos sólidos. Entre as metas, a redução em 50% das emissões de dióxido de carbono (CO2) de escapamento em 2028, e de 100% em 2038, em comparação aos níveis observados em 2016, fomenta a descarbonização do setor e a substituição dos tradicionais veículos movidos a diesel.
Este estudo analisa o impacto financeiro e ambiental de duas alternativas já disponíveis no mercado brasileiro: caminhões elétricos a bateria e a gás natural veicular (GNV), que podem ser movidos tanto a gás natural fóssil quanto com biometano (o estudo considera o biometano produzido a partir de resíduos de aterros sanitários). O componente financeiro se baseia na estimativa do custo total de propriedade por quilômetro em cada tipo de veículo, enquanto a análise ambiental considera as emissões de gases de efeito estufa no ciclo de vida de cada uma das opções.
Entre os principais resultados:
- Custos totais de propriedade de caminhões coletores elétricos e a GNV são entre 25% e 27% maiores, respectivamente, do que os de um veículo comparável a diesel nas condições atuais.
- Reduções nos custos de financiamento e o aumento no número de anos de operação podem tornar os caminhões elétricos financeiramente competitivos.
- Caminhões elétricos e os operados exclusivamente com biometano produzido de aterros sanitários tem emissões do ciclo de vida de 70% e 68% menores, respectivamente, do que as identificadas nos veículos a diesel.
- Em contrapartida, um caminhão movido exclusivamente a gás natural de origem fóssil emite 23% a mais que os movidos a diesel, devido à menor eficiência do motor e às emissões fugitivas de metano ao longo do ciclo de vida do combustível.
O estudo apresenta ainda recomendações, ancoradas nos resultados identificados, para garantir a redução das emissões da frota de coleta de São Paulo nos próximos anos.