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Hubs verdes: o potencial dos portos brasileiros no fornecimento de combustíveis marítimos renováveis

Fazendo uso da alta disponibilidade de recursos de energia renovável do Brasil e sua localização geográfica estratégica, este estudo avalia o potencial do país para se tornar um líder global no fornecimento de combustíveis marítimos renováveis para o setor de transporte marítimo internacional. Analisamos a capacidade dos portos brasileiros para apoiar a produção, o abastecimento (bunkering) e o uso de hidrogênio renovável e seus derivados, como amônia renovável e metanol renovável, estabelecendo as bases para a criação de corredores marítimos verdes. 

Principais conclusões incluem: 

  • Identificação de seis portos candidatos: Três portos públicos (Santos, Rio Grande e Itaqui) e três portos privados (Porto do Açu, Pecém e Navegantes) poderiam servir como potenciais centros de abastecimento de combustíveis marítimos renováveis. Os portos públicos, em geral, obtiveram pontuações mais altas em infraestrutura, localização estratégica e conectividade. 
  • Alta capacidade portuária: Santos, o maior porto da América Latina, teve alto desempenho em quatro dos cinco critérios de prontidão, enquanto o Porto do Açu e Itaqui apresentaram desempenho sólido em todas as categorias, exceto no acesso à energia eólica offshore. Todos os seis portos candidatos receberam pontuações de prontidão entre 3,5 e 4,4 (em uma escala de 1 a 5). 
  • Viabilidade do uso de combustíveis renováveis em rotas marítimas importantes: Entre 10 rotas comerciais de amostra, conectando esses portos a mercados domésticos e internacionais chave, cinco poderiam ser percorridas com hidrogênio líquido renovável (RE-LH₂) em células de combustível, sem necessidade de reabastecimento. Todas as rotas são viáveis utilizando amônia renovável (RE-NH₃) e metanol renovável (RE-MeOH) em motores de combustão interna, eliminando a necessidade de reabastecimento no meio da rota. 
  • Estimativa de demanda de combustível e energia: Para viabilizar o transporte marítimo de zero emissões nessas rotas, seriam necessárias entre 1.785 e 1.911 toneladas de hidrogênio renovável, o que corresponde a uma demanda de eletricidade renovável entre 82 e 92 GWh. Para contextualizar, isso representa apenas 0,1% da produção anual de Itaipu, a maior usina hidrelétrica do Brasil, e aproximadamente 0,2% da produção planejada de hidrogênio renovável no país. 
  • Emissões atuais do tráfego marítimo: Apenas em 2023, estima-se que as embarcações operando nessas rotas de amostra tenham consumido mais de 4.449 toneladas de combustível e emitido aproximadamente 13.862 toneladas de CO₂ por viagem. A eficiência operacional variou conforme a rota, indicando oportunidades para priorizar as rotas mais eficientes na implantação inicial de embarcações de zero emissões.  

Esta avaliação de pré-viabilidade demonstra o potencial significativo dos portos brasileiros para atuarem como centros de combustíveis marítimos renováveis, oferecendo benefícios econômicos e ambientais. Ao quantificar a demanda potencial de abastecimento e analisar a capacidade portuária, este estudo fornece um guia para futuros investimentos e iniciativas políticas voltadas a acelerar a descarbonização do transporte marítimo. 

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